A historia do era uma vez…

Era uma vez, um escritor que iniciara todos os seus escritos da mesma forma, com as palavras “era uma vez.” E só por isso todos os seus livros eram sempre um êxito de venda

Contudo, certo dia o gerente da sua editora fez-lhe uma proposta. Que o seu novo livro não começasse por tais palavras. O escritor achou que o seu editor estaria a endoidecer, pois como poderia ele fazer tal proposta, quando os seus livros eram totalmente fenómenos de venda. Mas o gerente continuava a insistir tal ideia, acabando por ameaçar o escritor para ele mudar o inicio do seu novo livro ou seria despedido.

O escritor, teimoso e orgulhoso como era não aceitou tal proposta e acabou saindo da editora barafustando e amaldiçoando a proposta feita pelo seu editor.

Foi para casa pensar no assunto. Depois de tanto remoer no assunto, reuniu-se de novo com o seu editor dando-lhe o veredicto final.

- Não aceito tal proposta e nem sei como tem a coragem de me pedir tal coisa, sabendo que os meus livros tem todo o sucesso por começar sempre pelo era uma vez.

O director, nada disse. Apenas lhe entregou uma carta, cuja carta continha o seu despedimento, entregando-lhe ainda uma segunda carta mas pedindo para que este não a abrisse, até ao momento oportuno.

O escritor saindo do gabinete furioso foi para casa, mesmo sem lendo a carta toda.

Dias mais tarde, o seu lugar na editora fora ocupado por uma jovem escritora. Uma jovem que nunca tinha tido nenhum livro como êxito de vendas e que nunca tinham dado grande lucro. Os seus livros também começavam sempre pelo era uma vez. Contudo aceitara o desafio de iniciar um novo livro mas desta vez sem usar tais palavras.

A verdade é que o seu novo livro foi um best-seller, mesmo sem contar com as palavras era uma vez. A jovem escritora no dia da entrega do prémio para melhor escritora foi colocada frente a frente com o antigo escritor, onde o editor pediu que o antigo escritor lê-se a carta que lhe entregou no dia do seu despedimento.

- Meu caro, há momentos na vida em que somos obrigados a mudar nossos hábitos, nossas formas de trabalho, no nosso pensar. Não se aplica unicamente no escrever de um livro, mas em todo o momento da nossa existência. Se queremos sempre o melhor para nós e para os outros, temos que evoluir em todos os aspectos. O era uma vez é lindo na forma de nos fazer pensar, mas um certo dia faz-nos recordar ou ir para a frente. Não te negues a ti próprio o querer evoluir, a vontade de melhorar, o ser superior. Mas acima de tudo não te prendas sempre as mesmas palavras, pensamentos ou formas de trabalho. Até podes ter sucesso, mas já pensaste se mudasses? Nem que fosse só um pouco? Eu queria arriscar, mas precisava de mais alguém para arriscar comigo. Não quiseste e perdeste a oportunidade de ganhar um prémio que ambicionavas. Não caias no mesmo erro pela segunda vez.

Quantos de nós tem medo de arriscar por outro?

Quantos de nós fica preso em demasia aos pensamentos, formas de trabalhar e de agir?

Quantos de nós perde um prémio por não querer arriscar nem que seja um pouco?

Quantos de nós….